O ar está normalmente presente em óleo hidráulico, mas é considerado também um contaminante. O fluido hidráulico, em geral, contém entre 6 e 12% em volume de ar dissolvido - e não há como evitar isso. E desde que esse ar dissolvido permaneça desta maneira, ele não apresenta problemas para o sistema hidráulico ou o fluido.
Mas se esse ar dissolvido sair da solução ou se houver uma entrada falsa, por exemplo, através da entrada (sucção) da bomba, o resultado será ar preso ao sistema em forma de bolhas, tendo geralmente menos de 1 milímetro em diâmetro. O ar retido aumenta os níveis de ruído e diminui a eficiência do sistema, reduzindo o módulo volumétrico (rigidez do fluido). Quando as bolhas de ar arrastadas são comprimidas na saída da bomba, resultam em temperaturas de pico extremamente altas.
É conhecido que essa compressão do ar arrastado é adiabática, isto é, sem transferência de calor para o fluido circundante. No entanto, o aquecimento localizado do filme de óleo em contato com as bolhas de ar resulta em trincas (crack) de alta temperatura neste filme. O resultado é oxidação e nitração que aceleram a degradação do fluido. Se isso não for ruim o suficiente, essas bolhas de ar (gás) que implodem rapidamente causam um impacto pontual em placas das válvulas de bombas e outras superfícies críticas, resultando em desgaste erosivo, também conhecido como erosão por cavitação.
Prevenção é realmente a única cura, e certas condições fazem com que o ar dissolvido saia da solução. Quando a temperatura do óleo hidráulico aumenta ou a pressão estática diminui, a solubilidade do ar é reduzida e podem formar bolhas dentro do fluido. Essa liberação de ar dissolvido é conhecida como cavitação gasosa.
A diminuição da pressão estática e a subsequente cavitação gasosa ocorrem frequentemente na entrada da bomba, como resultado de:
- Filtros de entrada ou filtros de sucção entupidos.
- Turbulência causada por válvulas de isolamento da linha de sucção.
- Sucção mal projetada (diâmetro muito pequeno, comprimento excessivo, dobras múltiplas).
- Linha de admissão colapsada ou restrita.
- Elevação excessiva (distância vertical entre a entrada da bomba e o nível mínimo de fluido).
- Respiro do reservatório entupido ou subdimensionado.
A entrada de ar falsa na sucção também pode ocorrer por ingresso externo. Assim como a cavitação gasosa, isso geralmente ocorre na bomba como resultado de:
- abraçadeiras ou acessórios soltos da linha de sucção.
- Linhas de admissão com porosidade.
- Baixo nível de óleo do reservatório.
- Vedação do eixo da bomba com defeito.
A solução para o ingresso de ar no sistema, como podemos ver, é geralmente de simples resolução e diminui consideravelmente as dores de cabeça. Filtros de sucção limpos e filtros respiro em boas condições são de fácil solução e baratos. Planos de manutenção com aperto de abraçadeiras e trocas de mangueiras de sucção também são descomplicadas de resolver.
Outras causas de entrada de ar incluem válvulas de controle de carga com defeito ou ajustadas incorretamente. Isso pode resultar na entrada de ar pelas vedações da haste dos cilindros de ação dupla. Outro problema também ocorre no retorno de óleo para reservatório. Extensões tipo ‘tubos de queda’, que se estendem abaixo do nível mínimo de óleo, devem ser instalados em todas as linhas de retorno para evitar este fenômeno.
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